terça-feira, 27 de janeiro de 2009

na minha caixa de correio ontem, a maria bethania.
bethania eh uma descoberta tardia minha - meu pai nao gosta muito, minha mae quase nao escuta musica. entao, pra mim a bethania nao eh como o chico, que eu nem lembro a primeira vez que escutei. lembro que na nossa casa da rua das dalias, meu pai as vezes colocava o chico pra tocar na radiola que ficava na estante embutida em volta da janela - aquela mesma estante onde ficavam o telefone, os discos e uma casinha de porcelana que a mamae enchia de bala. naquela radiola, chico dividia espaco com arca de noeh, pluct plact zum, mpb4 pra criancas e gal costa cantando festa do interior e balance, balance no primeiro lp que eu ganhei na minha vida - presente do tio mario e da tia neile. lembro do lp almanaque, aquele que tinha os nomes do santos na contra-capa. lembro da introducao de piano de 'eu te amo', mas nao lembro a primeira vez que ouvi chico buarque.
jah a bethania, eu lembro com clareza daquele dia em que, sentada na cadeira que roda na tia marly, eu ouvi 'imitacao da vida', do comeco ao fim - encarte na mao, musica a musica, poesia a poesia. e lembro depois de cada primeira vez que ouvi cada cd da bethania, que eu fui comprando devagarinho, que vou comprando. lembro do primeiro show, no palacio das artes em bh, lembro de ouvir bethania pra sorrir e pra chorar.
dentro do mar tem rio nao eh diferente. eh pra sentar, encarte na mao, e escutar com atencao, musica a musica. e dividir com bethania a sua reverencia as aguas.

3 comentários:

  1. E essa aqui, Maricota?

    "Era uma vez, mas eu me lembro como se fosse agora. Eu queria ser trapezista, minha paixão era o trapézio. Me atirava do alto na certeza que alguém segurava-me as mãos não me deixando cair. Era lindo mas eu morria de medo, tinha medo de tudo quase: cinema, parque de diversão, de circo, ciganos, aquela gente encantada que chegava e seguia. Era disso que eu tinha medo. Do que não ficava pra sempre."

    Antônio Bivar, por Maria Bethânia no disco Drama 3°Ato, 1973.

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  2. mari,

    ai, mari. sei não pra bethânia. e sei não pras coisas bonitas que tu escreve. hoje o drummond tá na minha cabeça o tempo todo. com eles, as minas gerais também. a itabira. tudo está na minha cabeça hoje pelas mãos dele.
    "essa vontade de amar que me paralisa o trabalho".

    um beijo,

    tua homônima.

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  3. homonima anonima,
    tu ainda nao consegue comentar como brusk, neh? vou descobrir como mudar isso, viu?
    o proximo post jah nasceu na minha cabeca. falta soh botar no papel (ou seria no hd do computador?). e eh pra voce.
    beijo pra tu.

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