quinta-feira, 19 de maio de 2011

quando o outro capta exatamente o que está por dentro, quando as palavras de outra pessoa poderiam perfeitamente ter sido minhas:

For last year's words belong to last year's language
And next year's words await another voice
And to make an end is to make a beginning...
T. S. Elliot

domingo, 15 de maio de 2011

dia d

é importante ter um plano, uma rota de fuga, uma via de escape. é importante que o plano seja flexível o suficiente pra não te engolir, pra não ser maior que você e virar, assim, um calabouço. é importante ter certeza de que o plano é seu, nasceu das entranhas da sua cabeça e de lá só sai se você quiser. e sai, na horinha mesma que você decidir. só você pode mexer, rearrumar, modificar, adiar, e mesmo desistir de algo que você concebeu.
eu tenho um plano, pretendo que ele seja um caminho pra que eu seja feliz. ele é meu, nasceu da minha cabeça, durante uma espera de 3 horas e meia (para abrir uma conta no banco) em que eu decidi que não ia me chatear, que não ia deixar que tudo o que tem acontecido de errado desde que eu me mudei para o brasil me desviasse do caminho que eu quero trilhar. nesse dia, no meio de uma espera que poderia ser só mais uma frustração, tracei os detalhes da minha rota de fuga, pro caso de tudo continuar do jeito que está agora, pro caso de eu continuar a sentir que não pertenço a este lugar.
o dia seguinte amanheceu azul apesar da chuva, nossa companheira constante nesses últimos meses na cidade que se diz do sol. e nem os buracos multiplicados por aí, nem a rudeza das pessoas no trato com o outro, nem a pressa eterna de quem divide comigo a cidade, nem as buzinas que eu levo o tempo todo porque não dirijo como a maioria me tiraram do sério ou acinzentaram o dia azul que eu tinha só pra mim. desde então, os dias têm sido mais azuis, a temperatura tem sido mais amena, e até a cidade tem me parecido mais bonita. não, as coisas não melhoraram. quem melhorou fui eu e isso faz, sim, toda a diferença.
eu posso até não viver aqui pro resto da minha vida. mas, enquanto eu por aqui estiver, vou estar inteira. essa sou eu.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

fitting

i don't fit here. that's what a realize every single day as i try to work through the system, to work with the people, to work through life as it is here in this country. i don't fit as i drive, walk, say i'm sorry and excuse me, please and thank you or even as i say good evening to the lady that opens the door every monday and weds when i arrive at the place where i take my pilates lessons. she never replies to me, she never even looks at me. and, before i'm misjudged by the previous statement, i should say that i understand the context, i understand that i'm probably the only person who looks at her, who sees her behind the desk next to the door and who acknowledges her presence. i do understand the context of many of the things i see and deal with on a daily basis. i do. but that doesn't help me accept what happens as naturally as most here do. and then, once again, i realize: i don't fit here.