terça-feira, 17 de março de 2009

ontem, 16 de marco, o vovo firmino faria 93 anos. nao gostava de festas, nao queria grandes comemoracoes. mas gostava das ligacoes dos netos que moram longe, gostava de estar com a familia nessas horas. penso sempre nele, as licoes que ele deixou, o exemplo de retidao de carater, de lealdade sao muito fortes e deixaram profundas marcas em mim. esses dias, uma amiga me descrevia como uma pessoa que gosta de fazer tudo certinho, que eh responsavel, que eh perfeccionista. ouvi aquela descricao pensando que quase tudo aquilo eu ou herdei ou aprendi com meu avo diretamente ou indiretamente - atraves da minha mae.

sei que ele hoje estah feliz, porque eh o lancamento do "transatlantico" da mariana marques no teatro jose de alencar em fortaleza. minha maricota. vovo estah alegre junto com ritinha e zezim do limoeiro, estah morto de orgulho da sobrinha-neta danada, que pinta, borda e escreve bonito como quase ninguem consegue:

"no depois, eu vejo a vida como minha mae ve. eu sou do plano da alegria onde corre vento no vao do que mesmo deveria ser mais abafado e escuro.
ainda que eu nao mereca esse transbordar de bencao. ateh a ressaca do mar lavou nossa calcada ontem, um assopro de adivinho e sal. nossas peles umidas se pregando de maresia ainda que sem se tocar, o bem.
e estah tudo limpo.
vejo as luzes das vidas nos predios fazerem a curva na orla. doido eh quem diz que aqui eh o fim do mundo."
mariana marques, em transatlantico

fiquei sentida em nao estar no brasil hoje. do mesmo jeito que fiquei sentida no dia 23 de janeiro de 2008, no dia 22 de abril de 2006 e no dia da formatura do pit, qualquer que tenha sido a data. eu sou dura na queda e aguento o tranco de estar longe dos meus na maior tranquilidade. mas isso nao signifca que seja facil estar longe em datas marcantes, em dias importantes, significativos. fico pensando bem forte nos meus, adivinhando passos ao longo do dia: onde estao agora? jah chegaram no teatro? quem estah lah? que roupa vestem? meu pensamento forte me leva mais perto, eu sei. mas fico o dia inteiro com a impressao de que eu esqueci de fazer alguma coisa importante, ou que esqueci algo valioso demais num lugar onde nao posso mais voltar.
a impressao passa. esse amor todo que flui em todas as direcoes entre nos nao me deixa nao me sentir parte, mesmo estando longe. e eh isso que conta.

2 comentários:

  1. ô meu deus, minha maricotinha.
    foi lindo. te procurei tanto em pé no meio do povo. te procurei foi muito. zelinda estava de saia preta, blusa cinza clarinho de gola gravata por dentro da saia, acompanhada de rita. passeou pelos jardins, passeou pelo saguão, viu a camerata, o olho brilhou e comprou um livro pra mandar pra tia lena. e outro pra ela, claro.
    e outro pra tia neile.
    eu fiquei sentada um tempo sem entender muita coisa. você sabe que o que importa pra mim não é o glamour das coisas. mas foi lindo, mesmo. e o theatro é lindo.
    e você fez falta de pé no meio do povo onde te procurei. sempre te procuro. e você sempre me faz falta.

    um beijo. tua maricotinha.

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  2. mari querida,
    você sabe o quanto é amada nas bandas de cá. e a falta sempre existirá, embora estejamos sempre juntas pelos nós fortes que se fazem um dia, sem a gente saber exatamente quando aconteceu. os nós fazem parte dos laços que serão eternos. foi muito lindo, muito parecido com ela.
    sileda convidou a tia zelinda para ir um dia tocar no teatro, mas ela não quis conversar esse assunto...
    te amo muito
    ritinha

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