segunda-feira, 22 de agosto de 2011

agosto chegou aqui na cidade que se diz forte. trouxe consigo o vento que eu não conhecia, que uiva nas minhas janelas, que carrega a maresia grudenta que meus pés acabam de espalhar por aí. trouxe também uma melancolia dura, às vezes amarga, às vezes infinita.
dei de ler adélia prado, ouvir músicas tristes.

Estreito
Agosto, agosto
os torrões estão leves,
ao menor toque se desmancham em pó.
Estrela de agosto,
baça.
Céu que se adensa,
vento.
Papéis no redemoinho levantados,
esta sede excessiva
e ciscos.
Um homem cava um fosso no quintal,
uma idéia má estremece as paredes.
Adélia Prado

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