quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ainda sobre a pressa

a cidade me impressiona pela pressa eterna. não somente a pressa dos que vão de carro, maioria entre os que eu conheço bem de perto, mas também a pressa dos que vão a pé, dos que pegam ônibus, dos que esperam a mala à beira da esteira no aeroporto. e que também inclui o menino que corre pra entrar na loja antes de quem vem na mesma direção ou a moça que pisa no seu pé pra chegar logo do outro lado da rua. se fosse só a pressa de chegar, talvez eu já tivesse até me acostumado. mas a pressa, essa entidade onipotente e onipresente nas bandas de cá, entra pelos poros e contamina as histórias, as relações entre as pessoas. ninguém parece disposto a se deixar conhecer - e a tentar conhecer também - sem pressa, com calma, deixando que as coisas aconteçam naturalmente, como nos clichês mais bem-vindos desse mundo. parece todo mundo estar a correr contra o tempo, pra chegar logo em algum lugar que, garanto, nem eles sabem qual é. como se a gente pudesse, correndo pra fazer as coisas acontecerem o quanto antes, forjar o sentimento, o toque e as sensações todas que conhecer e se deixar conhecer no propiciam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário