domingo, 4 de outubro de 2009

do pouco que eu sei

alguem vai dizer que viver nao eh facil. que nao tem manual de instrucoes, roteiro pre-definido, bula com contra-indicacoes e efeitos colaterais. alguem vai dizer que daqui a gente soh leva o essencial, o que nao ocupa lugar no espaco, muito menos tem massa. alguem vai dizer, assim com cara de filosofia, de quem sabe muito, que a vida eh dura.
eu me permito discordar, pra nao me preocupar a toa e deixar de viver enquanto. me permito a rebeldia de seguir e sorrir, mesmo nas horas mais escuras. permito musica nos meus ouvidos, gosto do apito e do barulho do trem. gosto das folhas coloridas que caem no outono e das verdinhas que brotam da noite pro dia na primavera. gosto do verde do mar, do turvo da agua do rio que passa logo embaixo da piscina da serra. gosto do sol quente e do sol frio, da chuva e da neve e ateh da seca. admiro o casulo que um dia vai ser borboleta, sem dele precisar nenhuma explicacao. gosto do barulho das criancas que atrapalham a minha conversa ao telefone, interrompem o papo serio pra perguntar que dia eu chego.
nutro aquilo que ha dentro: planos, sonhos, desejos, enfim. nao eh minha intencao planejar, mas nao posso dizer que soh vivo hoje. tambem gosto do que estah no meu exterior, cuido bem da casca e gosto daquilo que, eu sei, nao eh essencial. gosto de bolsas e sapatos, mas sei que eles sao soh o que sao. queria dizer que nao preciso provar nada a ninguem, mas nem sempre ajo de acordo. luto todo dia contra esse bando de verbo no preterito do futuro que circula pela minha cabeca. perco algumas dessas batalhas, mas sigo lutando.
isso, sim, sem precisar provar, eu tenho em mim. resistencia e resiliencia que vem de longe, que viram dureza em alguns momentos, que ateh me assustam em tempos. mas que me seguram quando a poeira me impede de ver o que ha em frente, quanto o incerto eh maior que o certo.

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